Colonialidade e Decolonialidade na Educação em Ciências

Reunidos em torno da compreensão dos efeitos de colonialidade e reflexões sobre a interculturalidade crítica e educação decolonial, para fins da justiça social e dos direitos humanos, trazemos nesse artigo primeiramente denúncias sobre elementos da luta antirracista, para depois anunciar uma educação científica decolonial e, que possam contribuir para a emancipação das sociedades, focando numa educação em ciências que contribua para a transformação social. Compreensões sobre os efeitos de colonialidade oriundas de estudos anteriores, quando coordenamos o “Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa” (PQLP) da CAPES, o qual enviava missões de até 50 professores para Timor-Leste. O conceito de colonialidade que se relaciona com a dominação por meios não coercitivos, mas que subalternizam e desumanizam os povos, provocando perda de identidade cultural, dependência e falta de pertencimento. Compreendemos que tanto na área da educação científica e tecnológica, quanto em outras áreas do conhecimento, são apresentados discursos ligados à redução e quiçá superação das desigualdades sociais, à justiça social e à emancipação dos sujeitos. Porém, o que ocorre muitas vezes é que diferentes formas de ensinar e pesquisar acabam sendo importados de países tratados como “mais desenvolvidos”, produzindo um distanciamento dos nossos problemas locais.