DICITE – Discursos da Ciência e da Tecnologia na Educação
  • Boletim PRINT CAPES – Projeto Repositório de Práticas interculturais

    Publicado em 02/07/2020 às 19:07

    Para acessar o Boletim PRINT CAPES – Projeto Repositório de Práticas interculturais, acesse aqui:

    Boletim Print RePI Julho 2020

     


  • I CAN’T BREATHE! NÃO CONSIGO RESPIRAR! O QUE O LEVANTE ANTI-RACISTA MUNDIAL TEM NOS ENSINADO?

    Publicado em 29/06/2020 às 16:08

    I CAN’T BREATHE! NÃO CONSIGO RESPIRAR!

    O  QUE O LEVANTE ANTI-RACISTA MUNDIAL TEM NOS ENSINADO? 

    Reflexões para pesquisadoras (es) e cientistas da UFSC 

    “O que é extremamente letal são os abismos sociais que a nossa sociedade produziu e finge que não existem.” 

    Emicida, 14/06/2020

     

    A crueza da necropolítica¹ se escancara de forma tão perversa  nesse cenário pandêmico, que o principal sintoma da enfermidade causada pelo novo coronavírus – a falta de ar, asfixia – é a mesma causa de algumas mortes de pessoas pretas, assassinadas por policiais brancos, nos EUA e no Brasil.²

    Desde o assassinato de George Floyd, por um policial que o asfixiou, apertando o joelho em seu pescoço durante 9 minutos, enquanto ele implorava pela sua vida – “por favor, não consigo respirar” – em Minneapolis nos EUA, protestos contra o racismo e a violência policial tomaram as ruas dos Estados Unidos, inflamando uma onda nas lutas antirracistas por todo planeta. No Brasil, os movimentos negros têm protestado há décadas contra o genocídio do povo negro e periférico, como o assassinato do menino João Pedro de Mattos Pinto, de 14 anos, no dia 18/05/2020, baleado nas costas por policiais militares, enquanto brincava na casa de seu tio, numa favela do Rio de Janeiro. 

    A violência policial e a naturalização das mortes de jovens são constantes na vida da população preta deste país. Com a pandemia, o isolamento social se converteu na mais nova desculpa para encarcerar, esculachar e matar pessoas pretas. Enfim, o genocídio do povo negro, indígena e periférico.

    O apartheid racial existente no Brasil com a Covid-19, expõe e aprofundam as desigualdades sociais, como podemos observar no fato de que a primeira morte por Coronavírus ocorre no Rio de Janeiro porque a “patroa” não só obrigou a trabalhar a empregada doméstica Cleonice Gonçalves, diabética de 63 anos, como omitiu que estava com os sintomas da doença, ao voltar da Itália. Cleonice contraiu o coronavírus da patroa, ao cuidar dela e diferentemente da patroa branca e rica moradora do Leblon, que sobreviveu, Cleonice faleceu.

    Nosso país possui cerca de 210 milhões de habitantes e, segundo relatório da Organização das Nações Unidas, de 2019, ocupa o segundo lugar no mundo em termos de desigualdade social. A pandemia de Covid-19 afeta brutalmente as populações mais pobres, devido às condições de vida da população.  Segundo o IBGE:  

    – há falta de água nas comunidades – 31,3 milhões de pessoas não têm água encanada e  alguns têm acesso a água somente com torneiras compartilhadas; 

    – há falta de produtos de higienização devido ao custo dos produtos sanitários. Muitas vezes  não possuem o suficiente para comer; 

    – há um alto número de pessoas que vivem em habitações compartilhadas com outras famílias, tornando praticamente impossível o isolamento social; 

    – há uma pobreza extrema em que 13,5 milhões de pessoas (dos quais 75% são pretos ou pardos) são impedidas diariamente de permanecerem na quarentena e necessitam sair de casa para  trabalhar para sobreviver; 

    – há falta de rede de coleta de esgoto  para 74,2 milhões de pessoas, ou seja, 37% da população brasileira; 

    – há falta de acesso à informação correta e fundamentada cientificamente sobre a pandemia, o que favorece a crença nas fake news

    – com a falta de direitos trabalhistas, roubados pelas reformas que subalternizam o povo brasileiro, destaca-se a marca racial em que 47,3% dos empregos informais são ocupados por pessoas pobres pretas ou pardas.

    Em Florianópolis, um ato antirracista foi realizado no dia 7 de junho, atendendo a um chamado nacional, quando mais de mil manifestantes se reuniram para denunciar o genocídio do povo negro e periférico, que segue sendo alvo da perseguição e violência policial durante a pandemia. Inclusive, tendo assassinado jovens nas comunidades do Morro do Mocotó e Chico Mendes em Florianópolis, neste período³. Após este, se seguiram outros atos, exigindo testes para a covid para as comunidades.4

             Nessa onda de protestos, no dia 10 de junho, atividades em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) de algumas universidades foram interrompidas, “em defesa das vidas negras”. “Revistas científicas da Sociedade Americana de Física, o repositório de artigos arXiv, as revistas Science e Nature, interromperam atividades neste dia 10. Black lives matter!”5

             Com toda essa necessária repercussão nos setores populares e científicos mundiais, cabe perguntar: como a UFSC, suas pesquisadoras e laboratórios estão refletindo sobre esse momento? O que a luta antirracista que explode no mundo tem a nos ensinar, e fazer questionar sobre os racismos que reproduzimos em nossas aulas, discursos, pesquisas e ações? Temos refletido criticamente sobre a contribuição histórica da ciência para as narrativas coloniais e racistas reproduzidas (ex: eugenia e hierarquização de raças humanas), que justificaram eventos como a escravidão? Quais são as nossas referências? São elas majoritariamente brancas, européias e estadunidenses? Para as que trabalham com comunidades indígenas, quilombolas, periféricas: estamos questionando nossa branquitude, o racismo colonial e a violência que nossa presença simboliza para essas populações?  E o mais importante, “como?” e “o que?” devemos fazer enquanto pesquisadoras e professoras (es) para nos engajarmos na luta antirracista e combater de fato o racismo estrutural e institucional que mata, exclui e silencia as pessoas negras neste país? Como podemos agir almejando uma educação antirracista? 

    Nosso grupo propõe essas reflexões em prol de um letramento racial da comunidade universitária, pois é importante olhar para os avanços deste momento, nesse lugar privilegiado que temos e por estarmos numa universidade pública, gratuita e de qualidade. Considerando que a educação tem uma contribuição fundamental nas lutas pela transformação social, parafraseando Angela Davis, reafirmamos que não basta não ser racista, é preciso ser antirracista!

     

    Grupo de Estudos e Pesquisas “Discursos da Ciência e da Tecnologia na Educação” (DICITE) – Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica – Universidade Federal de Santa Catarina

    Junho, 2020

     

    Links das reportagens citadas:

     

    ¹ https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/pandemia-democratizou-poder-de-matar-diz-autor-da-teoria-da-necropolitica.shtml 

     

    ² Morte de homem negro filmado com policial branco com joelho em seu pescoço causa indignação nos EUA e https://catracalivre.com.br/cidadania/pm-sufoca-jovem-com-mata-leao-ate-ele-desmaiar-em-abordagem-na-grande-sp/

     

    ³http://reporterpopular.com.br/manifestacao-denuncia-o-racismo-e-o-genocidio-nas-comunidades/

     

    4 http://reporterpopular.com.br/protesto-pede-testes-para-a-covid-fim-do-genocidio-negro-e-fora-bolsonaro/

     

    5

    https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2020/06/academicos-e-revistas-cientificas-fazem-greve-contra-racismo-em-universidades-e-laboratorios.shtml 


  • Conversa Reflexiva sobre Estágios supervisionados, Educação Ambiental e Pedagogias Decoloniais

    Publicado em 04/06/2018 às 11:53

    Caríssimos  estudantes,

    Amanhã nos encontraremos todos às 14h na sala 512 no CCB.
    Vamos fazer uma conversa reflexiva sobre os Estágios Supervisionados, Educação Ambiental e Pedagogias Decoloniais  com o Prof. Celso Sanchez da Universidade do Rio de Janeiro e professoras da Rede Municipal da Secretaria de Educação,que trabalham com a formação continuada de professores.
    Aguardo todxs vocês, pois será uma conversa muito interessante.

    Abraços


  • Roda de Conversa com o Prof. Celso Sanchez (UNIRIO)

    Publicado em 22/11/2017 às 17:02

    Roda de Conversa DICITE


  • Vídeo “É possível propor a formação de leitores e e escritores no na disciplina de Ciências? Se sim como?Profa Suzani Cassiani

    Publicado em 29/08/2017 às 14:08

    É possível propor a formação de leitores e escritores na disciplina de Ciências? Se sim, como?

    Profa Suzani Cassiani

     


  • Seminário docente: “Racismo, ciência e educação: os desafios da Universidade na construção da democracia”

    Publicado em 02/06/2017 às 17:04

    Seminário Docente


  • Publicado em 02/12/2013 às 14:10

    O Obeduc se firma como programa de estímulo a pesquisas voltadas à formação de recursos humanos em educação.

    Obeduc
    programa Observatório da Educação (Obeduc) é fruto de parceria entre a Capes e o Inep. Foi instituído em 2006 com o objetivo de fomentar estudos e pesquisas em educação. O Obeduc visa, também, proporcionar a articulação entre pós-graduação, licenciaturas e escolas de educação básica e estimular a produção acadêmica e a formação de recursos pós-graduados, em nível de mestrado e doutorado.

    Leia mais em http://www.capes.gov.br/36-noticias/6661-obeduc-se-firma-como-programa-de-estimulo-a-pesquisas-voltadas-a-formacao-de-recursos-humanos-em-educacao


  • UFSC comemora 11 anos da restauração da independência do Timor-Leste

    Publicado em 04/10/2013 às 19:44

    Em comemoração aos 11 anos da restauração da independência do Timor-Leste, no dia 31 de outubro, será realizado um encontro para celebrar a presença timorense na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Com 13 alunos da República Democrática de Timor-Leste matriculados em cursos de graduação e pós-graduação, a Universidade programou um evento especial para a realização de um encontro multicultural, a partir das 9h, no Centro de Ciências da Educação (CED). Também, há dois estudantes na Udesc, que fazem graduação em Administração Pública e Medicina Veterinária.

    Durante o evento, está prevista uma exposição de fotos e uma apresentação artística cultural, mostrando um pouco da dança, da poesia, as referências e a gastronomia da cultura do Timor Leste. Um debate sobre o processo da restauração da independência do país também será realizado, com a participação da professora Kelly Silva, da Universidade de Brasília. Além disso, haverá uma mesa-redonda, discutindo a participação do Brasil nessa Cooperação Internacional com o professor Maurício Aurélio dos Santos, da Udesc.

    Mais informações na página da Agecom: http://noticias.ufsc.br/2013/10/ufsc-comemora-11-anos-da-restauracao-da-independencia-do-timor-leste/


  • 13º SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA

    Publicado em 05/08/2012 às 23:41
    A SBHC – Sociedade Brasileira de História da Ciência – realizará o 13º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia entre os dias 03 e 06 de setembro de 2012, na cidade de São Paulo, nas dependências do Departamento de História da Universidade de São Paulo – USP. Realizado desde o início da década de 1980, este é o mais importante evento nacional da área, congregando pesquisadores de diversas origens e especialidades. Entre as atividades previstas estão Conferências, Mesas-Redondas, Simpósios Temáticos, Sessões de Comunicação Livre, Mini-Cursos, Painéis de Iniciação Científica, lançamento de livros e eventos sócio-culturais.